Xadres

Há muito, muito tempo, havia lá na Índia um rei que era muito amado. Com a paz em suas terras, passou a fazer as coisas que gostava. Lia muitos livros cheios de fantasias, soltava pipas, jogava futebol, ficava nos jardins olhando as borboletas tão lindas!
Mas o tempo foi passando e ele foi se cansando… Estava acostumado a guerrear e começou a ficar entediado. Achava que a vida não tinha muita graça, não!
Os súditos, que amavam tanto aquele rei, ficaram muito preocupados e abriram então um concurso! Muitos prêmios para quem encantar de novo o rei! E apareceu muita gente com tantas invenções! Pipas diferentes, ioiôs, bolas muito bonitas e diferentes! Até quadradas! Mas o rei não se encantava!
Em um dia, numa tarde de sol amarelo, apareceu então um sábio chamado Sissa. Trouxe um tabuleiro enxadrezado e umas figuras bonitinhas! Disse que era um jogo e se chamava xadrez. Disse, ainda, que o rei iria dar cambalhotas, rir demais e se felicitar!
Sissa ensinou o rei a jogar e ele ficou maravilhado! Era a própria guerra num campo de paz!
Ficou tão feliz que quis dar ao Sissa qualquer coisa. Era só escolher! Mas o Sissa, sábio que era, não queria nada, não! Disse que já estava muito feliz! Tinha dois passarinhos que conversavam com ele… três plantinhas que sempre cresciam na sua janela… comia maçã todo dia… e, além de tudo, tinha inventado o jogo de xadrez!
Sissa não queria nada! Mas o rei ficou insistindo! E Sissa não queria nada, não! Foi aí então que Sissa ficou meio bravo e pediu um prêmio: grãos de trigo! Um grão para a primeira casa do tabuleiro… Dois grãos para a segunda casa… O dobro na terceira casa… O dobro na quarta… E assim por diante…
O rei deu risadas, risadas e risadas, quer só o meu trigo! Quero dar tesouros e ele quer o meu trigo! Dêem a ele o trigo!
Os súditos chamaram os matemáticos do rei para calcularem quantos grãozinhos Sissa queria. Depois, os matemáticos ficaram muito assustados! A quantidade era um pedido de sábio! 18 quinquilhões e tantos