WOODWARD
O informante
Lucca Seixas de Oliveira
Os anos 70 foram uma década de substituição para os Estados Unidos da
América. O brilho da Era de Ouro foi substituído pelo realismo visceral da Nova
Hollywood, a esperança colorida da juventude hippie foi esmagada pela fúria do punk. A maconha, amplamente utilizada pela juventude sessentista, deu espaço para a cocaína. A Guerra às Drogas foi declarada por Nixon, o mesmo presidente que, três anos depois, renunciaria ao cargo devido a denúncias de corrupção.
Denuncias que, mais tarde, a imprensa apelidou de Escândalo do Watergate. O ESCÂNDALO No dia 18 de junho de 1972, durante a corrida presidencial Richard Nixon vs. George McGovern (com vitória de Nixon), o jornal Washington Post publicava uma nota sobre um assalto ao Complexo de Edifícios Watergate, então sede do Partido
Democrata em Washington. Foram presos cinco homens, flagrados colocando escutas e fotografando documentos confidenciais do Partido. Dois repórteres do Washington Post,
Carl Bernstein e Bob Woodward, se interessam profundamente pelo caso e passam a investigálo, descobrindo relações próximas de membros do alto escalão do Partido
Republicano com o assalto. O principal informante da dupla foi uma misteriosa sombra que sabia de valiosos segredos do governo americano, e que só poderia ser encontrada em uma garagem de carros embaixo da Key Bridge, em Washington. Woodward clamou que a fonte era um velho amigo que prestava serviços para o governo americano e que só conseguia contato com ele após colocar uma bandeira vermelha em um vaso na sacada de seu apartamento. O misterioso homem foi apelidado pelo editorchefe do Washington Post,
Howard Simons, de
Deep Throat
em português, Garganta Profunda em menção ao famoso filme pornográfico de Gerard Damiano que causava polêmica na época. Dali então, Deep Throat passou a ser considerado o maior