Winnicott sobre o filme Precisamos falar sobre klevin

Uma análise do filme “Precisamos falar sobre Kevin” na teoria de Winnicott

Com base nas teorias de Winnicott, na fase de dependência absoluta, se o bebê for privado da mãe, a fase de maturação do eu não pode se efetuar e o desenvolvimento das funções principais fica bloqueado ou distorcido.
Quando a mãe não cumpre sua função de sustenção do eu o que surge é uma angustia impensável. É em função dos graus de variedades da carência de adaptação materna e da maneira que o bebê se adapta a isso, que pode ou não evoluir a uma forma de organização patológica da personalidade.
É necessário dizer que Eva não desejava ter filhos e que se sentia perturbada quanto a isso e esse sentimento só aumentou com o nascimento de Kevin.
Em uma das cenas aparece Eva segurando seu bebê distante de si não demonstrando nenhum tipo de afeto. Esta situação evidencia a preocupação já sinalizada por Winnicott, de que as mães devem segurar os filhos com firmeza, pois a base da personalidade estará sendo bem assentada. O choro e a dependência da criança deixavam Eva exaurida a ponto de se sentir melhor perto de uma obra barulhenta do que ouvindo seu filho.

Durante a infância Kevin rejeita os contatos com a mãe, ao observar os comportamentos de Kevin pode ser notado que são direcionados para provocar a ira de sua mãe. Pode-se pensar que suas atitudes agressivas na verdade é um apelo para que Eva manifestasse alguma forma de autoridade e fizesse restrições, o que não aconteceu.
Winnicott destaca a importância do desempenho materno nesses movimentos exploratórios, pois para essa diferenciação entre sujeito e objeto ocorra de forma satisfatória é necessário que o objeto primário suporte o quinhão de violência que a criança lhe dirige, ajudando-a em processos construtivos. Eva não exerceu bem esta transformação de conteúdos destrutivos em impulsos criativos, em decorrência de suas próprias fantasias agressivas dirigidas ao filho.
Kevin apresenta um comportamento agressivo desde a