Wicca
A intolerância religiosa há muito faz parte da história da Wicca, e seu episódio mais famoso foi a "Santa" Inquisição. Ela foi inicialmente instituída para combater os chamados "hereges": grupos religiosos que praticavam a adoração às divindades pagãs, bem como seus sincretismos e rituais agrários, que nada mais eram que saberes populares passados de geração a geração, sem nenhum contesto religioso. Durante a Inquisição, milhares de bruxas, bruxos e paganus foram torturados e mortos. Nós, wiccanos, somos herdeiros espirituais destes que foram assassinados em nome de uma divindade que pregava o "Amor".
Hoje em dia, estamos engajados nesse movimento contra a intolerância religiosa e, atualmente, este tem sido um dos assuntos mais discutidos em nosso meio. A questão da intolerância preocupa tanto os que estão começando na prática wiccana quanto os sacerdotes e sacerdotisas que já trilham nosso caminho há algum tempo. E a pergunta mais frequente é: "Como devemos lidar com os adeptos de outras religiões que nutrem preconceitos contra a Wicca e o neopaganismo?"
As agressões são de vários tipos e acontecem no âmbito familiar, na escola, no trabalho e nos mais diversos meios sociais. Na maior parte, as pessoas que nos discriminam, quer com palavras ou ações, não conhecem nossa religião, e são vítimas desse enorme movimento religioso que visa a deturpar tudo que lhes parecem demoníaco ou fora de sua compreensão.
A intolerância é uma doença, e, de tempos em tempos, torna-se uma epidemia, um mal social que atinge uma imensa camada da população global, que fere a dignidade humana e a liberdade de expressão. Ela se baseia no preconceito, na discriminação, no pretenso monopólio da verdade e no fundamentalismo. Aqueles que praticam a intolerância religiosa acreditam possuir alguma "procuração divina" e, em nome de sua fé, sentem-se no direito de achincalhar, invadir, espoliar, prender, torturar e, por fim, exterminar o diferente.
Mas essa