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Na origem da guerra tem-se, grosseiro modo, a escravidão e dois modelos econômicos opostos. O norte em expansão econômica graças à industrialização, à proteção ao mercado interno e à mão de obra livre e assalariada, e o sul numa economia baseada na plantação e no escravismo. As diferenças entre os estados do norte e do sul, ao contrário da dicotomização feita por alguns estudiosos, não são tão acentuadas, como diz Lewis C. Gray:"Gray considera o sistema de plantation indissoluvelmente ligado ao desenvolvimento internacional do capitalismo. Ressalta a necessidade para a plantation de largo emprego de capital, sua forte tendência à especialização numa única cultura e sua comercialização, e afirma que estes fatores foram parecidos com a revolução industrial".1
O caráter capitalista da plantation escravista do sul, análogo aos estados do norte, era em certa medida uma contradição interna ao sistema. Uma economia escravista tende a inibir o desenvolvimento econômico de uma sociedade capitalista, tal como apontado por Max Weber em seu livro The Theory of Social and Economic Organization. Além disso, o retorno dos lucros de volta à produção, presente no norte industrializado, não ocorria da mesma forma nos estados do sul, que tinha uma acentuada tendência a um consumo intenso. Assim, norte e sul diferem-se na medida em que o primeiro possui um progresso econômico qualitativo (retorno dos lucros à produção), e o sul, por sua vez, ao dirigir seus lucros em escravos e terras, possui um progresso econômico quantitativo, levando em consideração a baixa produtividade da mão de obra escrava. Esse