Weber e a Ética Protestante
A obra de Max Weber foi de tal forma contributiva das ciências sociais que inúmeras reflexões podem ser feitas a partir de suas contribuições, daí se explica a quantidade de citações feitas ao autor em publicações científicas de vários níveis.
O trabalho de Souza (2000) explica os pressupostos teóricos das análises dos textos e autores como Werneck Vianna que fala sobre a interpretação do Brasil sob a ótica de Weber. Este, então, inspira os pesquisadores na análise da sua influência no estudo do desenvolvimento de nações.
O contraponto do entendimento do desenvolvimento do Brasil apresentado são os Estados Unidos, escolhido por ser a realização concreta do racionalismo ocidental analisado por Weber, a partir do qual desenvolveu o texto sobre o protestantismo e o desenvolvimento do capitalismo. Percebe-se, neste momento, que os pressupostos que traçam a personalidade do protestante ascético, austero e tradicional, que objetiva a “dominação do mundo”, difere bastante dos pressupostos que traçam a personalidade do homem brasileiro, que assume a forma de “homem cordial” descrito por Holanda (apud SOUZA, 2000, p. 35).
O homem cordial é, ao contrário do que se representa no senso comum, uma entidade amorfa, com uma negatividade pura, possuidor de uma necessidade desmedida de reconhecimento alheio. O atraso do Brasil seria explicado, portanto, tanto por fatores geográficos quanto por condicionantes ético-religiosos, oposta à vida baseada na ética do trabalho, no aperfeiçoamento moral e no pragmatismo econômico do povo Norte Americano. O traço da personalidade do Brasileiro é marcado pelo individualismo personalista, busca de prazeres imediatos, descaso por ideais comunitários e de logo prazo.
Quando observamos na imprensa os últimos acontecimentos políticos, marcados por escândalos envolvendo personalidades que estão no poder há muitos anos, ou noutro extremo, quando observamos os embates diários nas organizações, onde impera a lógica de