Weber e a Sociologia do Islão: Empecilhos para o Desenvolvimento do Capitalismo no Islamismo e nas Sociedades Muçulmanas

1793 palavras 8 páginas
WEBER E A SOCIOLOGIA DO ISLÃO:
EMPECILHOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO NO
ISLAMISMO E NAS SOCIEDADES MUÇULMANAS
Caio Luiz Jardim Sousa

Belo Horizonte
2013

ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO
2. O EMPECILHO DOGMÁTICO E COSMOLÓGICO
3. O EMPECILHO POLÍTICO-SOCOIOECONÔMICO
4. CONCLUSÃO
5. BIBLIOGRAFIA

INTRODUÇÃO
Weber foi um sociólogo que desenvolveu um apurado estudo sobre as religiões, ligadas à cultura das sociedades que analisava. Em seus estudos, detalhou questões sobre o Hinduísmo, o Cristianismo, o Judaísmo e o Budismo, deixando uma análise incompleta sobre o Islão. Weber enxerga a religião como um fenômeno cultural que emerge em certas condições históricas, que se desenvolve em formas como dogmas, leis, atitudes e tradições.
Os estudos weberianos sobre o Islão — para ele, junto com o Judaísmo, uma das duas únicas religiões monoteístas do mundo (WEBER, 2006:60;183) — eram baseados na região da Palestina, por meio de relatos de Carl Becker, Julius Wellhausen, Theodor Noeldek e Ignaz Goldziher. Tais estudiosos são identificados como pertencentes a uma escola denominada Orientalistik, composta por sociólogos da Europa central e oriental. (WOLF-GAZO:1). Segundo Said (1972), a escola Orientalistik tem certas visões inadequadas e preconceituosas sobre o Islão que se refletem em Weber, principalmente a noção de igualdade entre muçulmano e islâmico.1
Ainda, Weber utilizou-se de muitas questões inerentes à cultura muçulmana e à fé islâmica para realizar uma comparação com o Cristianismo europeu, problematizando a ausência do desenvolvimento do capitalismo no Oriente Médio por meio de aspectos religiosos. Dentro destes aspectos, pode-se destacar o ascetismo cristão e o mundanismo islâmico, opostos. Como uma religião profética, igualitária e de salvação com próxima derivação do Judaísmo e do Cristianismo, o Islão é um teste significante da tese weberiana sobre o ascetismo e a atividade econômica racional.
Neste artigo, pretende-se trazer à tona

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