weber - filosofia
O Estado, por sua vez, não se deixa definir por seus fins, pois não possui uma tarefa específica, mas várias. No entanto, há uma característica que lhe é peculiar: o uso da coação física, como disse Trotsky, “Todo Estado se fundamenta na força”. Para Weber, essa é uma grande verdade, pois, se a violência estivesse ausente, não seria possível a manutenção da ordem, essencial para a sobrevivência do Estado. Na atualidade, a relação entre o Estado e a violência é particularmente íntima. Devemos conceber o Estado contemporâneo como uma comunidade humana que, dentro dos limites de determinado território reivindica o monopólio do uso legítimo da violência física, que é usada como instrumento da dominação do homem pelo homem. É necessário, portanto, que o dominado se submeta à autoridade reivindicada pelo dominador.
Há três razões que justificam a submissão dos dominados aos que detém o poder do Estado: a autoridade do “passado eterno”, ou seja, os costumes tradicionais validados pelo hábito e respeitados religiosamente pelos homens; a autoridade que se baseia em dons pessoais e extraordinários de um indivíduo (carisma) e a autoridade que se impõe pela “legalidade”, fincada na obediência, que reconhece obrigações respectivas ao estatuto estabelecido.
Para haver continuidade dessa dominação organizada é necessário, por um lado, um estado-maior administrativo e, por outro, exige a existência dos meios materiais de gestão (bens materiais que se tornam necessários, em alguns casos, para a aplicação da força física). Os gestores só se submetem ao estado-maior administrativo, pois aspiram prestígio social e retribuição material.
É possível classificar as administrações em duas categorias. Na primeira, o estado-maior e