Walter benjamin
uJa\ k&
'&jdnilO
fut.olcg'~
1. PARIS, CAPITALDO SÉCULOXIX :I<
As galerias são centros comerciais de mercadorias de luxo. Em sua decoração, a arte põe-se a serviço do comerciante. Os contemporâneos não se cansam de admirá-Ias, Por longo tempo continuaram a ser um local de atração para os forasteiros. Um Guia ilustrado de Paris afirma: "Estas galerias são uma nova invenção do luxo industrial, são vias coberlas de vidro e com o piso de mármore, passando por blocos de prédios, cujos proprietários se reuniram para tais especulações. Dos dois lados dessas ruas, cuja iluminação vem do alto, exibem-se as lojas mais elegantes, de modo tal que uma dessas passagens é uma cidade em miniatura, é até mesmo um mundo em miniatura", As galerias são o cenário das primeiras iluminações a gás. A segunda condição para o surgimento das galerias é dada pelos primórdios da construção com ferro. Nessa técnica, o Empire viu lima contribuição para a renovação da arte no antigo sentido grego. Boelticher, o teórico da arquitetura, expressa uma convicção generalizada quando afirma que "o princípio formal da sabedoria helênica há de entrar em vigor em função das formas artísticas do novo sistema". O Empire é o estilo do terrorismo revolucionário, para o qual o Estado é um fim em si mesmo. Assim como Napoleão reconheceu bem pouco a natureza funcional do Estado enquanto instrumento de dominação da classe burguesa, tampouco os arquitetos daquela época reconheceram a natureza funcional do ferro, com o qual o princípio construtivo principia a sua dominação na arquitetura. Nas vigas de sustentação esses construtores imitam colunas pompeianas e nas fábricas eles