WALTER BENJAMIN: Trajetória intelectual ligada à chamada Escola de Frankfurt, que reunia pensadores voltados para o desenvolvimento de uma teoria crítica social que ultrapassasse algumas das premissas de Marx e focasse as dimensões culturais do modo capitalista de produção. Expressões como “indústria cultural” e “cultura da massa” são heranças diretas dos estudos da Escola de Frankfurt e remetem a um universo de reflexões muito caro à sua obra. Segundo Benjamim, ele tinha interesse por aquilo que outros intelectuais classificavam de “lixo”, e assim antecipou a reflexão crítica sobre a fotografia, o cinema, as miniaturas, os brinquedos, a poesia, o flâneur (passear ou vagar sem destino), o ópio, a prostituta, assuntos e personagens considerados “irrelevantes” ou “indignos” por muitos de seus contemporâneos. Batizou “Paris como capital do século XIX”, modelo de “cidade moderna”. Capital francesa foi tema de reformas modernizadoras, a sociedade de massas, a indústria do entretenimento, o surrealismo, entre muitos outros. Seu interesse era retratar Paris não apenas como ambiente construído – suas avenidas, monumentos, praças –, mas também como experiências. Voltou-se para aquilo que os escritores e poetas registraram em suas obras, por acreditar na capacidade da literatura de revelar seus dramas sociais mais intensos, Benjamin valeu-se da poesia de Charles Baudelaire e da ficção realista de Vitor Hugo. REFORMAS URBANAS: Redesenhar a cidade para redesenhar a sociedade: foi com esse princípio que Luís Napoleão, com o título de Napoleão III, inaugurou em 1852 o segundo império francês, determinado a acabar com as revoltas populares que até então eclodiram com frequência em Paris. Como conter as barricadas que ameaçavam a ordem social tão almejada pelo novo imperador? A resposta foi buscada no urbanismo. Paris sofreria uma reforma radical, deixando para trás os muros e as ruas estreitas da cidade medieval para ostentar avenidas largas dotadas de iluminação noturna, o que