O filme Wall Street – Poder e Cobiça, 1987, retrata a situação do mercado de ações da bolsa de Nova York, na década de 80. Nesse drama, Buddy Fox, um jovem e ambicioso corretor, é atraído pela ilegalidade da espionagem empresarial e das informações privilegiadas ao se envolver com Gordon Gekko, investidor bilionário que faz qualquer coisa pelo dinheiro. Enquanto Fox usa seus parceiros de trabalho para desvalorizar empresas cotadas na bolsa, Gekko compra as ações destas a preços muito baixos. O segredo do lucro eram as informações privilegiadas. A instabilidade do mercado financeiro, exemplificado no filme, mostra como é arriscado o investimento na bolsa de valores: indivíduos podem perder muito dinheiro hoje e ganhar muito mais amanhã, assim como o contrário. E tudo isso movido a uma grande falta de ética e sede por enriquecimento rápido e fácil, sem se importar com quem sai no prejuízo com todo esse ganho. Ao decorrer do filme, Gekko cita muitas vezes a obra A Arte da Guerra, de Sun Tzu, na qual ele se baseia para legitimar a sua procura por informações privilegiadas. O livro, que data do século IV a.C., aponta diversas maneiras de como um general deveria agir, baseado no segredo, na dissimulação e na surpresa. Por apresentar uma visão racional e manipuladora de se conseguir sucesso em uma batalha (atualmente, econômica), o livro é até hoje referência no mundo dos negócios. Correlacionando a situação vivida por Fox e a atualidade, percebemos que a busca por informações privilegiadas da época se equiparam, hoje, ao mundo das pirâmides financeiras. A oferta de dinheiro fácil interessa a muitas pessoas, muitas vezes não se importando em entrar no mundo da ilegalidade e se aproveitar de muitos outros. Em ambas as épocas, para pessoas como Gordon Gekko, o dinheiro vale mais do que os valores e até mesmo a própria vida.