VYGOTSKY E O CIBORGUE
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O ser humano cresce e aprende de acordo com o ambiente em que vive, o aprendizado não se dá no vácuo ou apenas com o uso de recursos internos do individuo e a relação que se estabelece entre o individuo e o recurso usado estreita-se com o aprendizagem. A ideia é de que o instrumento com a prática integra-se ao corpo e a mente se estende sobre os instrumentos que criamos assim mais coerente seria dizer que não somos essencialmente máquinas nem apenas pessoas, mas somos sim pessoas e máquinas. A teoria do ciborgue evidencia-se na relação do ser humano com os artefatos que o cerca numa escala evolutiva em três momentos. Primeiro a relação se dá numa simbiose orgânica apenas: o martelo como extensão da mão; no segundo momento percebemos que a relação pode ser também mental: a escrita como uma ferramenta para a memória, por exemplo; e num terceiro momento percebe-se o artefato como um elemento de interação é ai que aparece de modo mais claro a ideia de ciborguização. Qualquer instrumento, seja tecnológico, como o lápis ou o computador, ou o psicológico, como a linguagem e o pensamento é sempre um elemento de mediação entre o sujeito e o objeto. O interesse em adquirir o domínio de um objeto não está no objeto em si, mas no objetivo que se pretende atingir com o uso deste. É só depois que se aprende o uso que a execução da atividade se dá automaticamente e ai recurso e usuário estarão integrados, o mesmo se dá com instrumentos mais complexos como o computador e também com a linguagem surgindo simultânea ao pensamento e a ele o ato de escrever é igualmente simultânea a linguagem fundindo-se a ela por meio do instrumento que acaba desaparecendo na fusão. No caso do aprendizado de uma língua se dá o mesmo, ou seja, quando falamos fluentemente uma língua ela se torna invisível como instrumento de mediação. Tudo é produzido num fluxo contínuo abaixo do nível de consciência. Por isso a conclusão é a de que o destino de qualquer instrumento, tecnológico ou psicológico, é a