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Gastronomia e narrativa humana.14243051833880Yuri Tannús, chef de cozinha
00Yuri Tannús, chef de cozinha
A história da humanidade foi marcada por grandes saltos sempre que se experimentaram avanços em duas áreas: a memória e a locomoção. A sociedade ágrafa e oral evoluiu significativamente com o advento da escrita, mudando a forma de registro e passagem do conhecimento. Todo grande salto de mobilidade humana também antecedeu um grande avanço evolutivo na sociedade. Entretanto, há uma terceira variável, a que se dá pouca atenção, mas fundamental na criação, identidade e narrativa das coisas humanas: a comida. Veremos como, ao longo do tempo, o homem tem se relacionado com o meio e escrito a história conforme busca e constrói sua relação com o alimento.
Entrevistamos o chef de cozinha, consultor e dono de Buffet de comida asiática, Yuri Tannús, de Uberlândia-MG, e conversamos sobre o papel narrativo da Gastronomia, bem como sobre o panorama desta atividade no cenário brasileiro atual. Tannús é formado pela Escola de Gastronomia Averson Pedro, do SENAC, especialista em vinhos e metria.
Para ele, a Gastronomia é “um dos mais precisos elementos neste quesito do registro histórico” e está ligada diretamente à história dos povos ao longo dos tempos até os dias de hoje. As características regionais e o contexto social das diversas épocas definia a maneira como as pessoas se alimentavam. O hábito de comer scargot veio da classe pobre francesa, em uma época em que tais caramujos eram coletados pelas pessoas e assados em grandes chãos de brasa, como principal fonte de proteína. A predileção por alimentos frescos e conservas exóticas dos chineses advém do fato de que na região fronteiriça com a Mongólia, marcada pelo clima desértico, era vital que preparassem os alimentos tão logo os fossem consumir para que não estragassem, o que acabou virando cultura culinária do país. Nossos nordestinos têm muito de sua tradição culinária ligada ao fato de priorizarem sementes de