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Licenciatura em Pedagogia
Disciplina: Teoria e Prática em Arte-Educação I
Arte e marginalidade curricular: uma trajetória multifacetada*

A constatação de que o ensino da Arte é considerado como um aspecto “marginal” nos currículos escolares não é inédita, nova ou particularidade nacional. Os depoimentos das professoras que integraram o grupo de pesquisa do meu doutoramento, ao ecoarem e m uníssono a este respeito, reforçaram o entendimento de que o Ensino da Arte tem sido efetivamente desprivilegiado em todos os níveis da escola, inclusive na formação acadêmica. Este aspecto, que tanto tem nos incomodado, é intrigante: porque o ensino da arte ocupa este lugar marginal nos c urrículos escolares?
Autores como Apple (1982; 1989; 2000); Giroux (1983;1997); Kincheloe (1997) e Perez (2001) permitem compreender essa problemá tica, ao criticarem a tradição moderna e modernista que privilegiou, nos currículos escolares, a supremacia da razão, d a racionalidade como único modo explicativo do mundo, desprezando a esfera da imaginação, da criação, bem como do conhecimento das atividades humanas que env olvem estas formas alheias à tradição cartesiana-newtoniana.
A visão moderna do conhecimento, epistemologia da verdade única que se corporificou a partir de Bacon, Descartes e Newton, afetou todos os aspectos da vida ocidental em todas as suas instituições, afirma Kincheloe (1997, p. 13). A educação não foi exceção , consolidando escolhas de organização de currículos escolares, desconsiderando áreas - e a Arte é uma delas - que proporcionariam avanços no pensamento interpretativo, divergente e criativo.
Este desfavorecimento da Arte nos currículos é contextualizado por autores como Smith (1989) e Efland (1989 ; 1998) e, nacionalmente, por Barbosa (1978; 1991; 1996; 1997; 2001) e OsinskI (2001) como uma decorrência histórica; uma materialização de dependência aos modelos externos. RAÍZES HISTÓRICAS: aspectos remotos
Desde os tempos da antiga Grécia,