Vulnerabilidade, Empoderamento e metodologias centradas na família
Carla Bronzo - 12/08/ 2007
Programas centrados no atendimento às famílias tem sido a estratégia dominante nos sistemas de proteção social em todo o mundo. No Brasil, a partir dos anos 90, a família é considerada elemento central na doutrina da proteção integral, norteadora do Estatuto da Criança e do Adolescente e da
Lei Orgânica de Assistência Social, sendo o eixo orientador das ações da Política Nacional de
Assistência Social. Mas o que significa, mais especificamente, proteção à família?
Embora se tenha argumentos e provas suficientes sobre a necessidade de se considerar a família como foco da intervenção, não se tem conhecimento acumulado suficiente sobre dois pontos centrais para o desenvolvimento de uma efetiva proteção social para famílias em situação de pobreza e vulnerabilidade. Primeiro, que desenhos de políticas de proteção social são mais efetivos para o enfrentamento e superação das condições de pobreza e vulnerabilidade? Segundo, como trabalhar tendo as famílias como foco? Que tecnologias ou metodologias de intervenção surtem resultados e que tipo de resultados se quer alcançar com as famílias? O primeiro ponto remete ao desenho de políticas locais de proteção social e aos aspectos de gestão das políticas, e o outro diz respeito às metodologias de ação com as famílias. Embora distintas, as duas questões são interligadas e não se tem, no geral, suficiente clareza e conhecimento sistematizado sobre as alternativas de ação, seja quanto à forma de produção das políticas e programas ou quanto às tecnologias ou metodologias de ação para o trabalho com as famílias. Diante dessa nebulosidade, os agentes que atuam na ponta, diretamente com as famílias e com a proteção social local, não sabem ao certo que estratégias e ações realizar, ou o que é mais adequado ou efetivo para lidar com determinado tipo de público, nem quais