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O presente trabalho é fruto de meditação aprofundada a respeito da ética médica. Procura demonstrar que, em razão da constante evolução da medicina e da própria área da saúde, por razões de políticas públicas específicas ou mesmo pela injeção de recursos de empresas privadas para a realização de pesquisas, o conceito de ética médica deve ser obrigatoriamente ampliado e revisitado em sua fundamentação filosófica, principalmente com o olhar voltado para os procedimentos científicos que envolvem o ser humano. Já não se pode eleger uma ética que absorva todas as situações conflitantes com os serviços prestados para a saúde do ser humano. Também não se propõe a instalação de éticas múltiplas, acionadas de acordo com a necessidade de cada caso. Na realidade, a ética, pela sua própria origem e essência, é una. O ethos é variável a cada cultura, a cada geração, mas sempre se faz presente com sua relevante contribuição, jorrando suas convicções morais sobre os temas em discussão. A nova leitura que se propõe ao pensamento ético do médico está umbilicalmente atrelada ao desenvolvimento tecnológico que vem experimentando a medicina. Em muitos casos, a aplicação da ética médica quase consuetudinária, passada de geração em geração e já consolidada no estatuto próprio, não obtém o melhor resultado. A decisão apresenta-se frustrante ao destinatário do serviço médico e, muitas vezes, à própria comunidade que avalia a conveniência do procedimento médico. Há, pois, necessidade premente de abrir novos espaços para deixar aflorar uma ética condizente com a realidade atual. De nenhuma valia é a ética que não se coaduna com o dinamismo e a evolução do saber do ser humano. Na busca de melhoria da vida, a inteligência humana, aliada ao espírito empreendedor, exige a presença de uma ética evolutiva e dinâmica. Quanto maior o grau de desenvolvimento humano para alcançar o estágio de bem-estar, maior será a elasticidade do pensamento ético. É um constante caminhar lado a lado, sem