Voz do Professor
Os professores são os profissionais que apresentam maior incidência de disfonia em se tratando de profissionais da voz falada, sendo que a voz é o recurso áudio-visual mais importante do professor e pode-se dizer que o ensino é a atividade profissional de maior risco vocal. Muitas vezes, o professor deixa de ser um profissional da voz para infelizmente ser o profissional da disfonia. A falta de preparo vocal adequado, problemas de adaptação profissional, falta de reconhecimento social suficiente e remuneração baixa são fatores de predisponentes para uma alteração vocal no exercício da atividade letiva, podendo levar a quadros de disfonia por fatores psicológicos e em algumas situações, ao maior consumo de medicamentos, como anfetaminas e tranquilizantes (Watts & Short, 1990). Telles (1997) diz que a situação do professor é uma ironia social, pois se tratam de indivíduos responsáveis pela formação dos cidadãos de um país, onde necessitam ser bons comunicadores. O professor desenvolve uma disfonia porque não tem uma preparação vocal e as condições de trabalho não favorecem a saúde de sua voz; como tem poucos recursos para se tratar, ou continua lecionando e piorando sua condição ou passa a ter ainda menos recursos para se tratar; o estresse adicional agrava a situação sendo muito difícil interromper esse circuito. A carga horária, estresse, idade (fatores intrínsecos) do docente, são circunstâncias peculiares que devem ser consideradas no cotidiano dos professores. Apesar da voz do professor ser “a voz que ensina”, as dificuldades desse profissional de manter sua saúde vocal vão muito além das questões de falta de conhecimento técnico, atingindo também a falta de apoio e investimentos suficientes nas esferas governamentais. Apenas orientar é insuficiente, envolvendo uma série de mudanças que devem envolver também o ambiente físico do ensino. Deve-se compreender com o professor como sua sala se comporta, quais as condições ambientais, como a