Voto de cabresto e outros
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VOTO DE CABRESTO O voto de cabresto é um sistema tradicional de controle de poder político através do abuso de autoridade, compra de votos ou utilização da máquina pública. É um mecanismo muito recorrente nos ricos. Trata-se de um termo dado a partir da superposição de duas palavras: Voto, que é o exercício pleno da democracia; e a palavra Cabresto, do latim capistrum, que significa "mordaça ou freio", assim, temos um conceito quase paradoxal, na medida em que representa a democracia amordaçada e guiada como um animal de carga. Não é possível pensar em voto de cabresto sem considerar o coronelismo ou a violência deste regime. É conhecido o fato de o coronel ser, via de regra, um fazendeiro muito rico, que lançava mão de seu poder econômico e militar para garantir a eleição dos seus apadrinhados políticos. A figura do coronel era muito comum durante os anos iniciais da República, principalmente nas regiões do interior do Brasil. O coronel era um grande fazendeiro que utilizava seu poder econômico para garantir a eleição dos candidatos que apoiava Nas regiões mais pobres do Brasil a prática foi bastante recorrente, uma das principais características do que se costuma definir como coronelismo. Desde os tempos do Império, onde se realizaram as primeiras eleições do Brasil como país independente, a prática da fraude eleitoral é uma praga de difícil combate. No período áureo do coronelismo, no início do século XX, o eleitor só precisava levar um pedaço de papel com o nome do seu candidato e depositar na urna. Tratava-se de um papel qualquer, trazido de casa mesmo. Para os coronéis, bastava entregar a cada um de seus empregados um papel já preenchido, e como a grande maioria destes "eleitores" era analfabeta, estes apenas assinavam seus nomes. Isso não era de modo algum problema para os coronéis, já que eles mesmos escreviam nos papéis o que bem desejassem. Como os criados não sabiam ler, muitas vezes eles votavam sem sequer saber o que estava escrito no papel que