VOCA O E FORMA O NA P S MODERNIDADE
Uma perspectiva personalista1
Pe Paolo Cugini2
Introdução
Há muito tempo, seja nos documentos oficiais da Igreja3 que nas revistas especializadas, se fala de crise das vocações e, em modo especial, das vocações sacerdotais. Crise que começou de uma forma contundente e inarestável na época do Concílio Vaticano II, época de profundas mudanças não apenas eclesiais, mas também sociais. Estas mudanças se protelaram até os nossos dias, adquirindo uma fisionomia e uma identidade bem precisa.
Hoje em dia fala-se que a Igreja Católica saiu do assim chamado regime de Cristandade, ou seja, daquela época aonde Igreja e Poder politico andavam de braços dados, cujo objetivo muitas vezes explicitado seja por teólogos que por Papas, era moldar a sociedade com um pensamento cristão. Era a época dos Bispos-Condes, dos Papas que abençoavam os imperadores, de uma identificação de poder temporal e poder espiritual, Cidade terrena e
Cidade celeste. O tempo foi passando, a sociedade mudando, a história esfacelando os grandes sistema- as meta-narrações, como François Lyotard4 as chamou- que tinha impulsionado a modernidade na busca de uma felicidade que, ao longo dos séculos, mostrou-se inalcançável.
Como dizia justamente Thomas Khun, num livro memorável escrito nos anos ’60,5 quando se passa de uma estrutura social para uma outra, esta passagem não acontece de um dia para o outro, de uma forma radical. Se, de fato, é verdade que Galileu abriu o caminho de uma revolução científica, que encontrará em Copérnico e Newton os grandes epígonos, é também verdade que na astronomia, apesar das mudanças, a visão tolemaíca permanecerá na opinião popular por muitas décadas ainda.
É difícil mudar de mentalidade, também quando explicitamente admitimos isso. Uma estrutura abrange e molda toda a realidade e é humanamente impossível entrar numa nova estrutura, ou seja, numa nova visão do mundo de um dia para o outro. Por isso, em campo eclesial, se fala amiúde de