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Com 170 milhões de habitantes, o Brasil registra apenas 36 milhões de passageiros em voos domésticos por ano, ou um voo para cada cinco pessoas. Nos Estados Unidos, para uma população de 250 milhões de pessoas, o número de passageiros em voos domésticos atinge 700 milhões, ou seja, quase três viagens anuais por habitante. Além disso, o Brasil também apresenta um grande potencial de público excluído de viagens aéreas. Cerca de 25 milhões de pessoas da classe C podem se tornar passageiros de voos domésticos desde que se ofereça segurança, serviço eficiente e principalmente preços acessíveis.
Ao analisar as oportunidades de mercado, o grupo Áurea, holding que controla 36 empresas e com faturamento de R$1 bilhão no ano 2000, identificou que havia espaço para a venda inicial e aumento de vendas de passagens aéreas para um público com grande potencial de consumo, embora de poder aquisitivo baixo. O grupo chegou à conclusão que havia espaço para mais uma companhia de transporte aéreo no país com as características da GOL, operando sob nova filosofia e sistema de preços.
A GOL decidiu quebrar paradigmas do mercado brasileiro e atuar sob a filosofia “baixo custo, baixa tarifa” que é utilizada por empresas que estão obtendo sucesso no igualmente complicado mercado mundial de aviação, como é o caso das americanas SOUTHWEST e JETBLUE, da inglesa
EASYJET, da irlandesa RYANAIR e a holandesa BUZZ.
Embora seja a parte mais identificada pelo consumidor, a filosofia “baixo custo, baixa tarifa” é bem mais sofisticada do que simplesmente cortar as refeições de bordo. Por trás da limitação de serviços existe uma afinada engrenagem operacional, que foi montada para a utilização máxima das aeronaves. “Avião no chão é prejuízo”, afirma David Barioni, vice-presidente técnico da GOL.
“A tarifa reduzida é consequência da alta produtividade da frota”. Em outras palavras, quanto menos gente e dinheiro empregados para manter uma