Tanto o evolucionismo quanto o difusionismo os trabalhos produzidos, via de regra, demonstravam a permanência de um tema. Era a história sempre a permear os estudos e reflexões em quase toda a literatura sobre as culturas humanas. O pensamento difusionista propunha o estudo da história concreta de cada cultura, os processos próprios de mudança, troca e empréstimos que as caracterizariam. É uma história com “h” minúsculo, de cada cultura particular e especifica. Radcliffe-Brown discordou desta vinculação que existia entre a compreensão do presente de uma cultura e o estudo do seu passado. Em termos mais técnicos a sincronia presente não está submetida à diacronia – história. A diferença é que a diacronia analisa todos os tempos passados até chegar ao presente e a sincronia centra sua análise no momento determinado pelo estudo. Para a história, seja ele difusionista ou evolucionista, o presente se conhece pelo passado e estudar a história das culturas significa conhecer a verdadeira dimensão da cultura. A razão pela qual o funcionalismo relativizou pode ser encontrada no fato de que ele iria se opor ao estudo diacrônico e se conjugar com os estudos sincrônicos. Ao fazer esta opção a Antropologia se desvincula da história e parte para o estudo da sociedade do “outro” sem se preocupar com o passado desta sociedade. Isto é uma relativização fundamental na medida em que, se pensarmos bem, veremos que a preocupação com a história é, antes de tudo, uma preocupação típica da sociedade do “eu”. Quando Radcliffe-Brown desamarra a Antropologia da História abre um imenso espaço para que a sociedade do “outro” se mostre tal com ela é. Assim, para Radcliffe a sincronia deveria ser analisada por conceitos bem precisos. É o caso de noções como “processo”, “estrutura”, e “função”, que são cuidadosamente definidas para formarem um esquema interpretativo da realidade social. Onde o mesmo achava