VIVÊNCIA DE ESTIGMA EM PESSOAS COM HIV/AIDS
Lucia Maria Brito Gonçalves¹
RESUMO
Os portadores do HIV/AIDS, são rejeitados socialmente, tornam-se vitimas do preconceito e da crença, por grande parte da sociedade, que pela falta de informação acreditam que os portadores do HIV/AIDS representam perigo iminente de contaminação, por uma doença ainda considerada fatal e associada a drogas e a promiscuidade. O presente artigo, trata-se de uma pesquisa teórica que avalia as associações entre o estigma e o preconceito vivenciados em pessoas com HIV/AIDS. Para um melhor entendimento do sofrimento psíquico e físico que os portadores do vírus sofrem em função de serem afastados do convívio social, dificultando a possibilidade de recuperação e reinserção social.
Palavras chaves: HIV/AIDS - Estigma - Poder.
INTRODUÇÃO
Sabe-se que os primeiros casos de AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) apareceram nos Estados Unidos da America na década de 1980. Os infectados apresentavam múltiplos sintomas que evoluíam com grande rapidez, até chegar à morte. A doença era categorizada como fatal, e atribuída a alguns grupos, os chamados “grupos de risco”. A falta de precedentes desta síndrome na Medicina trouxe inquietação ao meio cientifico e pânico a população.
Pouco tempo após o seu surgimento, a AIDS já se configurava como uma das maiores ameaças a saúde publica no século XX. As formas de contagio, o quadro clinica dos doentes e as elevadas taxas de mortalidade justificavam este fato. As principais formas de contagio pelo vírus HIV eram e ainda são a via sexual: relações homo e heterossexuais sem o uso de preservativos; a via sanguínea: receptores de sangue ou hemoderivados e em usuários de drogas intravenosas; e a via perinatal: transmissão da mãe para o filho durante a gestação, parto ou aleitamento materno, mais conhecido como transmissão vertical. Antes do advento das medicações anti-retrovirais, portanto, a mortalidade era alta e crescente. Em menos de