Vivência cristã: responsabilidade pessoal e solidariedade social
O movimento Metodista, que de certa forma ofereceu subsídios2 para o que conhecemos hoje como pentecostalismo, sempre se caracterizou por uma ênfase na experiência religiosa. Essa experiência leva o sujeito desfrutar de uma comunhão com Deus não somente com suas crenças doutrinárias, ou seja, nas suas formulações dogmáticas elaboradas pela racionalidade. Isso em outras palavras, quer dizer que a vivência cristã é mais do que aceitação de conhecimentos doutrinários, é uma vivência em que se pode degustar, ou mesmo saborear, sentir o Espírito Santo habitando no coração. Como disse Theodore Runyon em seu livro “A razão recebe todas essas impressões reflete sobre elas, emite a reação de sentimento, e o resultado é a experiência 3”. Portanto, nesse entendimento as experiências com Deus são necessárias como sinais de fé para o coração, são como um porto seguro quando a mente racional der sinais de dúvida. Por outro lado quando as experiências de um coração aquecido falhar, ou descambar para um misticismo desenfreado, temos a razão dos meios da graça para nos apegar. Este é o ponto de equilíbrio da práxis (πράξις) religiosa wesleyana. De qualquer forma, sendo experiência ou crença religiosa, não se pode excluir da vivência cristã a responsabilidade pessoal, e mais ainda, não se separa a experiência íntima, da responsabilidade social. Podemos verificar essa afirmação no discurso de John Wesley sobre “O Sermão do Monte” quando
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Pastor Metodista Wesleyano e pós-graduando em teologia bíblica e sistemática-pastoral pela FATAB - RJ, bacharel em teologia pela Faculdade Unida de Vitória – ES. Formado em teologia pelo CEFORTE-Petrópolis e professor na área de Teologia Wesleyana no CEFORTE-Petrópolis. E-mail: eligbastos@oi.com.br 2 Principalmente na sua versão de avivamento holiness americano. No qual visa promover um cristianismo que é pessoal, prático e completamente avivado. As crenças