Vivo
No final do século XVII, a privacidade ainda era rara. As casas eram como grandes galpões, e essa ausência de delimitações fazia com que todas as coisas ficassem juntas, "não havia locais profissionais, tudo se passava nos mesmos cômodos em que eles viviam com sua família. Também se dormia, se dançava...". Aos poucos, alguns detalhes se modificaram, como as camas desmontáveis, que passaram a ser fixas e ganharam cortinas. Contudo, o cômodo onde ficava a cama nem por isso passou a ser um quarto de dormir, continuava a ser um local público, onde transitavam e dormiam mais pessoas além da família nuclear (pai, mãe, filhos e parentes próximos). Essas mudanças mobiliárias indicavam uma tranformação de valores, como o surgimento da ambição e da reputação. Para atingir tais valores, ninguém deveria se contentar com sua condição, e, para elevá-la, muitos se sujeitavam a uma polida e detalhada disciplina social, que era disseminada via manuais de civilidade. As mudanças continuam e se intensificam nos séculos seguintes, a família se torna mais fechada (nuclear) e sentimental, ao contrário do modelo anterior, que