Viviane mosé
Os modelos de ensino mais tradicionais trabalham, basicamente, com a transmissão de informação. O professor veicula informações e o aluno as recebe. A memorização é privilegiada no sentido que permite ao aluno "devolver", quando solicitado, as informações transmitidas. Quanto mais precisa e fiel for essa "devolução" melhor, pois ela é um indicador da eficiência do ensino. Nesse panorama, a escola tradicional enfatiza o ensino e não o aprender. Para nos certificarmos da veracidade dessas informações basta analisarmos, as provas que são dadas nas escolas. O aluno, normalmente, é avaliado pela quantidade de informações que conseguiu "reter".
Parece que não há muita discordância de que é essa a forma como se dá a educação, na quase totalidade dos casos. Mesmo que em alguns momentos assumamos outros discursos, na prática temos uma educação transmissivista. Tal modelo teve um papel e uma origem que se contextualizadas nos permite verificar uma função e necessidade histórica – a reprodução do conhecimento. Mas o que é saber? Qual a importância de se diferenciar informação de conhecimento. O conhecimento é representação interna (subjetiva) da informação. Informação é "forma de mediação dos conhecimentos socialmente compartilhados". Para que haja saber precisamos acrescentar o desempenho ou ação humana (a interação entre o sujeito conhecedor e o contexto de aplicação do conhecimento. O saber, além de acesso a informação exige a construção de representações internas (conhecimento) e uma prática (desempenho) que molda continuamente o conhecimento).
A partir das colocações feitas podemos concluir que o simples acesso a informação, não pressupõe nem a construção do conhecimento e nem o saber. Portanto, os modelos educacionais tradicionais e vigentes não estão organizados sistematicamente para a elaboração do saber e sim para transmissão de informação. O foco central não é o aprender, mas, o ensinar.