Viver em rede no século xxi: os limites entre o público e o privado
A internet revolucionou os meios de comunicação. Hoje, com as mídias digitais, o conceito de globalização tornou-se mais tangível, principalmente no que se refere à área da informação e da interação social. Assim, é possível ter acesso a uma infinidade de informações e comunicar-se com pessoas ao redor do mundo apenas sentando-se em frente ao computador. Contudo, tal possibilidade torna tênue a linha que divide aquilo que é público do que é privado.
A diferença entre internet e televisão é clara quanto ao acesso às informações. Enquanto na televisão esse depende da programação, ou seja, do que as emissoras desejam passar, no computador a escolha é inteiramente do internauta. Além disso não há restrições sobre quem divulga e o que é divulgado. Foi a partir disso que surgiram as revoluções na chamada "primavera árabe": jovens com acesso à internet mobilizaram-se através das redes sociais para exigir de seu governo mudanças democráticas. São evidentes, portanto, os benefícios da internet para a liberdade de expressão — forma mais clara de exercício da democracia.
Entretanto, a ausência de restrições pode, a partir de um ponto, tornar-se prejudicial. No âmbito do indivíduo, a publicação de informações pessoas sobre si mesmo implica. na maioria das vezes, em liberdade de acesso a todos. Assim, essas podem ser utilizadas de forma errônea e prejudicial. Dessa maneira, faz-se necessário um auto controle do que vai se divulgar, garantindo que aquilo que é privado não seja tornado público.
Além disso, a nação também pode ser alvo das consequências da extrema liberdade de expressão. Foi o que ocorreu quando da criação do site "wikileaks", que divulgou documentos confidenciaIs dos países, deixando os governos em estado caótico. Nesse caso, não se deve restringir aquilo que é público, como no âmbito individual, mas sim garantir uma maior divulgação das informações para a população, adotando uma política de transparência que, além de garantir os