Vivencia crista
(Pe.Marco Antônio)
O cristianismo é uma religião de revelação e do livro. Fundamenta-se como a manifestação de Deus na história, através do povo de Israel e, de maneira definitiva e última, em Jesus Cristo. Este dado foi revelado e transmitido oralmente e consignado por escrito por uma comunidade que reconheceu nessa tradição e escritos uma comunicação única e original de Deus.
A Igreja só pode ir transmitindo de maneira viva a Palavra de Deus se a interpreta na fé, na acolhida humilde, para si e para os outros em cada momento da história. Deste modo a tradição da Igreja, pensada e pregada é, ao mesmo tempo, uma realidade já dada e sempre em devir. Enquanto se vive uma comunicação de Deus a um povo escolhido e a sua expressão de modo pleno em Jesus Cristo, a revelação já está toda dada;enquanto é vivida pela Igreja ao longo da história, que caminha em direção à sua plenitude, marcada pela presença do Espírito, está sempre em construção.
Israel viveu interpretando em cada uma das gerações e nelas, de maneira viva,a história reveladora e salvadora de Deus.O próprio Jesus releu a tradição judaica, com autoridade de Filho, para a nova situação que vivia. Hoje continua fazendo o mesmo a Igreja.
Nos primeiros séculos, a Igreja teve que pensar sobre como articular a unidade monoteística de Deus com a pretensão divina de Jesus. Como entender a promessa do Espírito. Em suma,a questão da Trindade. Como aquele homem podia ser Filho de Deus. A medida que o evangelho penetra, em outra situação particular, o mundo romano, a exigência da conversão se apresenta, diante da situação de pecado que aí se vivia.Surge a questão da graça e do pecado a serem refletidos. Em todas essas questões, no fundo, trata-se de pensar a revelação nas novas situações.
O que se depreende deste momento é que a Revelação enquanto tal não era uma questão, ou melhor, a questão. Ela se apresentava como um fato. A teologia não se questionava sobre o fato da