Vitor
Após as tentativas frustradas de se tornar alcoólatra, entrar num curso de suicídio, e até de fazer uma cirurgia para retirar uma parte do cérebro, ele se convence a renunciar ao pensamento e se propõe a percorrer uma saga rumo à estupidez.
A primeira atitude radical é instalar uma televisão no meio da sua casa. Ele atinge o ápice de sua experiência estúpida ao ser contratado como operador da Bolsa de Valores e ficar milionário derrubando acidentalmente café nos teclados da Empresa Investidora. Assim, nosso herói tenta de todas as maneiras se adaptar à sua nova condição – entre outras coisas isso significa comprar, comprar, comprar, enquanto a sua consciência dorme.
Mas as peripécias de Antoine não duram muito. Entre um intervalo e outro de Felizac (o anti-depressivo receitado por seu médico) o herói fica vulnerável ao seu próprio veneno, seu cérebro ainda dá sinais de estar vivo e sua dificuldade de sentir-se um membro efetivo da sociedade vem à tona. Até que o "resgate" de fato acontece, de uma forma nada convencional, com a ajuda dos excêntricos amigos, Ganja, Charlotte, Rodolphe e Aslee (que brilhava no escuro por ter comido um complemento de vitaminas com erro na dosagem de fósforo, quando criança).
O livro faz uma crítica afiada ao consumismo e ao pretenso livre-arbítrio que torna todos semelhantes. Uma rebeldia bem-humorada contra essa sociedade que exige a estupidez como passaporte e oferece a massificação como