Visões críticas da Administração de Pessoas
Sem dúvida, a Psicologia me assegurava que as diferenças individuais e de personalidade deveriam ser as responsáveis pela diversidade de trabalhadores e performances, porém algo mais me chamava atenção, por que alguns ambientes organizacionais pareciam não só propiciar boas condições de trabalho como também estimular o desenvolvimento profissional?
Ao entrar em contato com a área de Recursos Humanos senti-me mais amparada, pois percebi que minhas dúvidas não só representavam uma opção de aprendizado, mas também de uma frutífera oportunidade de trabalho.
Entretanto, avaliando a história evolutiva da área de Recursos Humanos torna-se evidente o quanto ainda temos a aprender, pois o caráter adaptativo da área, sempre reagindo a algum estímulo, seja estratégico, corporativo, cultural ou legal revela o quanto nosso know-how é ainda imaturo diante da percepção do ser humano e suas idiossincrasias. Ou seja, mesmo nessa era de total dependência do potencial humano para fazer a diferença no mercado competitivo, ainda vivencio em meu cotidiano, certas situações em que investimentos em equipamentos ou tecnologias permanecem prioritários e “as despesas” com programas de desenvolvimento, de reconhecimento, de política de remuneração ou de clima organizacional continuam sendo “encaradas como necessárias” para obtenção de selos ou certificações internacionais em detrimento ao verdadeiro sentido de capacitar e habilitar seu recurso mais caro.
O que verdadeiramente sinto é que ainda existe uma lacuna muito grande entre a teoria e a prática, entre o discurso e o cotidiano. Esta discordância interfere diretamente no clima e pode ter um efeito negativo nas pessoas da organização, por isso temos que tomar muito cuidado com os modismos da área.