Visão politica Gramsciana
GRAMSCI dedicou boa parte de seus escritos teorizando sobre o partido político da classe trabalhadora. A base do seu pensamento encontra-se nos Cadernos do cárcere, quando inspira-se no Príncipe, de MAQUIAVEL, para produzir um estudo especifico sobre o agente da vontade coletiva revolucionária. Ressalta-se, contudo, que GRAMSCI não reduziu a questão do partido político apenas formulando teorias, mesmo porque coube a ele, juntamente com outros ativistas, a fundação do Partido Comunista Italiano, a partir da cisão ocorrida no Partido Socialista, no início dos anos 20.
O moderno príncipe, conforme designação do próprio GRAMSCI, não pode ser uma pessoa real ou um indivíduo concreto, mas, sim, um organismo, agente da vontade coletiva, um elemento complexo da sociedade. Assim, para GRAMSCI, a função que MAQUIAVEL atribuía a um indivíduo (O Príncipe) cabe a um organismo social, que já foi dado pelo desenvolvimento histórico.
O partido político, segundo o filósofo italiano, é a primeira célula na qual se aglomeram germes da vontade coletiva, que tendem a se tornar universais e totais. Ou, como afirma Carlos Nelson COUTINHO, principal intérprete da obra gramsciana no Brasil, o partido político -na visão de Antônio GRAMSCI -é um dos elementos mais característicos da rede de organizações que forma a moderna sociedade civil. Porém, para melhor entender esta nova visão de partido político elaborada por GRAMSCI, mister se faz uma recuperação do papel que LÊNIN dava ao agente da vontade coletiva, até porque GRAMSCI não fez nada além do que dar continuidade à teoria do líder de revolução bolchevista. É importante assinalar que a dependência teórica gramsciana às formulações de LÊNIN, no que se refere ao partido político da classe operária, não invalida a capacidade renovadora de GRAMSCI em relação à herança dialética deixada pelo maior teórico moderno da filosofia da práxis.
COUTINHO observa que o primeiro ponto de continuidade entre GRAMSCI e