Visão do mundo
Possivelmente, a personalidade mais brilhante em termo de potencialidade intelectual do século XVII, tenha sido a do filósofo francês, René Descartes. Em um dos seus livros, Discurso do Método, logo no seu primeiro parágrafo, ele diz: “O bom senso é, das coisas do mundo, a mais bem distribuída, já que todos se contentam com a cota que julgam ter, e, mesmo pessoas difíceis de se contentarem em relação às outras coisas então bastante satisfeitas com as suas cotas de bom senso”.
Descartes dizia que, todo mundo na Terra se julga possuidor de bom senso, não porque se ache mais ou menos inteligente que outras pessoas, mas sim, porque o ser humano julga, avalia e raciocina de acordo com os elementos que possui no cérebro. Assim, cada um de nós se julga rei do bom senso, porque temos o péssimo hábito de confiar nas nossas opiniões, nas nossas verdades e nos nossos conceitos.
E aqui digo, envolvido pelos amigos espirituais, que isso é um péssimo hábito, porque nós deveríamos tentar crivar melhor essas opiniões, esses elementos, essas verdades que pensamos ter, porque é exatamente sobre o conjunto das opiniões formadas através dos nossos conhecimentos, que surgem os conceitos que vão delimitar o tipo de visão de mundo que nós temos.
Assim, René Descartes se divertiu com a humanidade dizendo que todo o mundo era o rei do bom senso, porque cada pessoa, com os elementos que tem, costuma ter opiniões a respeito de tudo, costuma ter conceitos e ter absoluta certeza a respeito de tudo, esquecidos que, talvez, eles estejam longe da verdade.
Nesse sentido, é engraçado percebermos como alguém da religião católica utilizando os elementos que colheu com o aprendizado do catolicismo, raciocina de uma forma peculiar,