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Por Juliana Nakamura
Antes vistos como inimigos da sustentabilidade, vidros para fachadas foram aperfeiçoados e se tornaram mais eficientes. Agora, dependendo da especificação e do projeto, a fachada de vidro pode até contar pontos para a obtenção de selos verdes Até pouco tempo, os arquitetos brasileiros tinham poucas alternativas para compor fachadas envidraçadas. As escolhas recaiam sobre o laminado incolor, que embora muito transparente gera efeito estufa no ambiente; o vidro verde, com desempenho térmico razoável; e o fumê, que filtra a radiação mas bloqueia a luminosidade, deixando os ambientes sem vida. O aperfeiçoamento tecnológico da indústria vidreira e a oferta de mais produtos trouxe mais liberdade, mais desafios aos especificadores e a possibilidade de tornar os edifícios mais eficientes do ponto de vista energético. O resultado: projetos de fachada mais complexos e elaborados. Um exemplo pode ser visto em São Paulo, na torre corporativa Eco Berrini, projetada por Aflalo e Gasperini. Ali, diferentes tipos de vidros foram combinados e inseridos de acordo com as condições de incidência de sol em cada face. A estratégia, conforme revela o arquiteto Roberto Aflalo, foi decisiva para somar pontos para a obtenção do selo Leadership in Energy and Environmental Design (Leed) na categoria Gold. A partir dos vidros duplos insulados (compostos por duas placas de vidro em um caixilho com uma camada de ar no meio), muitos desenvolvimentos
Projeto de fachada de Olafur Eliasson para a casa de concertos Harpa, na Islândia
visaram a agregar melhores propriedades térmicas às fachadas de vidro. Na Europa foi desenvolvida a tecnologia low-e (low emissivity glass), que reduz a emissividade e permite a entrada de grande quantidade de calor. O material, indicado para captar muita luz, é constituído por camadas óxido metálicas que se integram ao vidro em processos industriais de alto custo, a vácuo e em meio plasmático. Em uma