Visao foucualt
Homenageando o Mestre Calmon de Passos
Mauricio Salles Brasil
E zombei de todo mestre
Que não zombou de si mesmo
Nietzsche
A recepção da comunidade intelectual ao pensamento de
Foucault em torno do estudo prático da psiquiatria e seus links com o Poder e o Saber, desconcertou Foucault e foi o ponto de partida para a leitura que ele deveria fazer doravante acerca dos obstáculos que enfrentaria para difundir suas idéias em torno desse tema.
Uma visão inflexível dos intelectuais Marxistas, levava-os a não aceitarem a Medicina e Psiquiatria como temas de real importância. Havia um sentimento misto de vaidade e uma certa obstinação em perseguirem o sucesso, os holofotes do público, um compromisso com o Partido Comunista
Francês, que os conduziam a necessidade de serem reconhecidos e os colocavam de costas para o novo e para quem contrastasse com o status quo.
Sobre essa inquietação Foucault assim se reportou:
.Apesar de sermos Marxistas, não estamos alheios ao que nos preocupa; porém, somos os únicos a dar às vossas velhas preocupações soluções novas..
Havia naquela época a repressão do Stalinismo que não permitia a abordagem de caminhos novos. Para alguns médicos ligados ao P.C.F., a política psiquiátrica não era uma questão importante. A esquerda intelectual francesa silenciou sobre este tema e apenas em torno de 1968 é que os estudos de Foucault em torno da penalidade, das prisões e das disciplinas ganharam algum significado.
Começava então Foucault a perceber que nem a Direita nem a
Esquerda cuidavam de satisfazer as exigências analíticas do Poder. A Direita se preocupava com o Estatuto Jurídico enquanto o Marxismo, por sua vez, com o aparelho de Estado. Nesse passo, também pode perceber que enfrentaria dois fortes obstáculos para implementar o seu conjunto de idéias:
A ideologia e a Repressão. A primeira, ele não receava enfrentar, mas temia o
poder