Violência
A violência é um espectro que ronda os ambientes educacionais, seja em sua forma mais explícita (o vandalismo, o crime) ou na sua manifestação mais sutil (a intolerância, a discriminação, a exclusão etc.). Nesse panorama, em que a sociedade brasileira ameaça entrar em colapso devido à emergência incoercível da violência, faz-se necessárias algumas reflexões sobre o papel da escola diante desse fenômeno. Portanto, se a educação não for uma solução para a violência, sem ela a violência não tem solução. As sociedades ocidentais sempre se pautaram por uma moral na qual o bem é recompensado e o mal é punido. No entanto, deve-se ressaltar que essa moral tem uma conotação religiosa, sendo que na sociedade atual, em que o Estado é laico e as pessoas são livres para adotarem a suas próprias crenças, essa moral para muitos parece ser antiquada e obsoleta, abrindo espaço para a violação da norma estabelecida sem a ocorrência da punição. A impunidade, desse modo, torna-se um dos fatores que contribuem para a eclosão de atitudes violentas, uma vez que quando o limite da legalidade é muito tênue, o indivíduo pode se sentir no direito de violar a lei e todos os limites (Pino, 2007). Por outro lado, deve-se levar em conta que a violência é um fenômeno bastante amplo, pois ela ocorre em um determinado período da história e em um lócus, que é a própria sociedade. Destarte, não se pode falar em violência sem antes averiguar sob quais circunstâncias ela ocorre e por que razão ela é perpetrada (Souza, 2004). Dessa forma fica patente que o ser humano é um ser social e que a violência se configura quando há o uso indevido da força para se alcançar objetivos pessoais, em detrimento de outrem ou da coletividade. Malgrado no senso comum a violência seja tratada como um sinônimo de criminalidade e/ou agressão física, é de bom alvitre salientar que a violência mais nociva é aquela que é invisível, por já ter se infiltrado no cotidiano, de modo tal,