Violência urbana
O Brasil é um país lindo, mas tem dois grandes problemas: corrupção generalizada e violência urbana. Todos os dias, de muitos modos, conversamos sobre temas ligados à violência em nossas cidades. É comum encontrarmos pessoas que sofreram algum assalto, sequestro ou tiveram algum parente assassinado. Os noticiários exploram fortemente esse tema, até porque rende ibope. Programas de televisão criam estratégias próprias para atrair a atenção do público comentando assuntos ligados à violência que ocorre nas grandes cidades. Que País é este? As pessoas não sabem mais o que fazer! Colocam grades, cachorros, cercas elétricas, constroem condomínios fechados, isolam-se, não saem à noite, vivem enclausurados. Estamos produzindo uma “cultura do medo
Mas, o que está acontecendo? Para mim, a violência urbana está conectada com todos os problemas sociais, educacionais, familiares e morais do nosso tempo. Não é causada por um único problema, mas por muitos ao mesmo tempo. Certamente não se trata de um tema fácil, pois está associado às condições de trabalho, moradia, educação, saúde e, sobretudo, aos valores morais que perpassam a vida dos brasileiros. A corrosão das condições sociais está vinculada à corrosão do caráter. Vivemos uma crise não somente da ética, mas também do etos, ou seja, uma crise estrutural que atinge a base ontológica da população brasileira. Nos programas de televisão, constantemente vemos adolescentes brincando de assassinos, rindo dos que sofreram a violência do assalto e, sem nenhum motivo, foram mortos.
Todos se perguntam: O que podemos fazer para mudar essa situação? Para mim, trata-se de uma questão de ação estrutural ao mesmo tempo. Uma questão social e moral que não poderá ser resolvida de imediato, como num toque de mágica, mas somente em longo prazo. Deve envolver as famílias, escolas, igrejas, ONGs, partidos políticos. Com certeza, não vamos resolver com ações isoladas, de forma individualista. É preciso uma ação coletiva,