Violência psicológica contra crianças nas interações familiares
VIOLÊNCIA E VIOLÊNCIA FAMILIAR
O vocábulo violência é originado da palavra latina vis, que significa força, exercer superioridade física sobre alguém, constranger. O conceito de violência é definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como sendo “o uso da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou comunidade, que resulte ou tenha qualquer possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação” (OMS, 2002, p. 5). Esse conceito expressa diferentes tipos e categorias de violência com base em suas manifestações empíricas: dirigidas da pessoa contra si, violência interpessoal e violência coletiva.
Por violência intrafamiliar entende-se aquela que ocorre entre os membros da família, principalmente no ambiente da casa, percebidas por meio de comportamentos agressivos, com ou sem lesão corporal, comportamentos negligentes e comportamentos abusivos. Desta forma, as crianças são as que mais se encontram em situação de vulnerabilidade familiar.
A violência doméstica é um elemento desencadeador do que poderia ser denominado de cadeia de violências ou reprodução de violências. A faixa etária mais próxima da infância é o alvo preferencial das violências intrafamiliares, sendo que os dados do IBGE, 2002, mostram que as crianças são os membros que mais sofrem maus tratos e que, em 80% dos casos, os pais são os agressores, seguidos dos irmãos mais velhos.
Pode ser classificada a natureza da violência quanto ao seu modo de expressão e modalidades, como segue:
a. Violência física: quando há o uso da força física, intencional, ou de intenção percebida, não acidental, por parte de uma pessoa contra a outra; b. Violência psicológica: quando há agressões verbais ou gestuais com o objetivo de aterrorizar, rejeitar, humilhar, restringir a liberdade ou isolar