Violência Obstétrica no Brasil

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D. teve uma gestação tranquila, linda, fisiológica. Escolheu um hospital público perto de casa. Teve suas partes íntimas expostas a diversas pessoas, que ela nunca soube o que faziam na sala de parto. Sofreu Kristeller, episiotomia e cirurgia cesariana, e não pôde ter seu marido junto com ela. No prontuário, tiveram coragem de escrever, como motivação da cirurgia: “Mãe não colaborativa”.
G. foi internada em franco trabalho de parto em hospital universitário. Muitas piadas e maus tratos verbais depois, o médico plantonista esperou a dilatação total e resolveu que precisava usar fórceps. Ouviu-se um estalido e, já no pós-parto, verificou-se que o crânio do bebê estava trincado. Passando visita, o médico tentou convencê-la de que é muito normal crânios de bebês fraturados nos partos.
L. só percebeu que lhe cortaram o períneo durante um parto rapidíssimo quando o sangue espirrou no rosto da médica residente.
M. sofreu um aborto e foi colocada, em trabalho de parto para expulsão de seu filho morto, junto com mulheres que estavam dando à luz seus filhos vivos. Sem acompanhante, sendo chamada de “mãezinha” durante todo o doloroso processo.
A violência é uma triste marca no atendimento obstétrico no Brasil. O tratamento seco, impessoal, gelado. A falta de acolhimento, de respeito. O riso e zombaria diante das escolhas da mulher, a fala que aponta o suposto “defeito” do corpo feminino (“Parir com esse quadril? Vai sonhando.”). As intervenções sem justificativa, a pressa, sempre a pressa. O corte, a lesão em um corpo que é do outro, onde a equipe de saúde deveria tocar apenas se necessário e sempre com muito respeito, perguntando se pode.
Realizar cortes e cirurgias sem embasamento clínico e técnico é violência. É desrespeito a direito. Leia de novo: você, mulher, é sujeito de direitos e, quando um profissional de saúde realiza no seu corpo uma cirurgia ou procedimento cuja necessidade não existe, ele está ferindo seu direito. Quando um profissional de saúde realiza

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