Violência no Brasil - Afinal onde começou?
Priscila Pinheiro
Violência é um fenômeno complexo, portanto, difícil de ser compreendido. Se perguntássemos a um grande número de pessoas sobre as raízes da violência, por certo, encontraríamos uma série de opiniões divergentes. Alguns, certamente, afirmariam que a mesma está intrínseca à natureza humana, outros se reportariam a períodos longínquos da espécie humana, buscando aquela velha imagem do homem da caverna arrastando sua fêmea pelo cabelo, e outros mais dogmáticos, provavelmente, responsabilizariam personagens bíblicos, como Caim e Abel, como os protagonistas genealógicos do fenômeno da violência.
Certamente não poderíamos desprezar tais premissas, pois de uma forma ou de outra fazem parte do pensamento humano, mesmo que seja empírico ou não.
Porém para discutirmos mais profundamente essa questão é preciso lançar mão do recurso das Ciências da Humanidade contextualizando-a para que seja possível construir uma abordagem mais sociológica e/ou antropológica do fenômeno.
Embora seja um fenômeno complexo, um dado que nos parece elementar, por ser observável no cotidiano é que a violência está fomentada por fatores de ordem estrutural36, (desemprego, concentração de renda, pobreza e principalmente, a incapacidade do ente estatal de fomentar políticas a fim de dirimir os problemas sociais), pessoal (desestruturação das famílias e vícios - álcool e drogas e vicissitudes inerentes).
Além de outras ordens, como de controle, que diz respeito ao porte ilegal de armas, e os externos relacionados à mídia, que de certa forma, tem além de denunciar, influenciado as práticas criminosas de uma forma geral.
Jovens expostos à violência de forma contínua, tanto em suas casas, como nas ruas ou televisão, acabam enxergando na violência uma forma apropriada de se resolver um conflito. O papel da mídia de massa na criação de uma tolerância com relação à violência tem sido demonstrado diariamente.
Alguns autores, Minayo (2002),