Violência na Escola

1. INTRODUÇÃO
No âmbito acadêmico, a violência e a indisciplina passaram a ser bastante estudadas em diversos programas de pós-graduação do país, especialmente nas áreas de pedagogia, psicologia e sociologia.
Abordando a violência como “todo dano — físico ou simbólico — que se impõe a indivíduos ou grupos”, estudos voltados para o tema apontam uma hipótese provável, a de que a pode instaurar o medo entre docentes e discentes e, com isso, ampliar os limites do que antes se considerava indisciplina, com reflexos negativos sobre o aprendizado.
A Indisciplina é uma criação cultural e, como tal, não possui conceito universal, uniforme e nem tão pouco estático podendo, assim, ser compreendida de maneira distinta entre diferentes culturas e numa mesma sociedade. Entretanto, emprega-se com frequência o referido conceito para assinalar atos em que estudantes se portam de maneira não esperada ou desejada pelos professores nos ambientes escolares. O próprio dicionário da língua portuguesa confere ao vocábulo a referida conotação: “procedimento, ato ou dito contrário à disciplina; desobediência; desordem; rebelião”.
O questionamento sobre o assunto já era debatido em textos clássicos como os escritos por Platão e Santo Agostinho. È de se destacar que dito autores já detectavam dificuldades para a atuação do professor decorrente da indisciplina de seus alunos, chegando inclusive a lamentar que os professores tivessem uma vida amargurada pela indisciplina dos jovens que perturbavam “a ordem instituída para seu próprio bem” (FERRARI, 2005).
Já na atualidade, ver-se que nos ambientes escolares, tipicamente constituídos por aglomerados de crianças e jovens, geralmente mais de trinta, em uma sala de aula, a questão do comportamento dos mesmos sempre foi uma preocupação dos professores. Por isso é que evidencia-se comumente uma certa “ordem” deseja e prevista pelo educadores que, quando rompida, .pode vir a comprometer o aprendizado.
Segundo Aquino (1996) as escolas, até 1960,