Violência infantil
A violência contra a criança se apresenta desde os tempos primitivos até os dias atuais, sendo um assunto abordado diariamente nos meios de comunicação. É um fenômeno cultural que prevaleceu por séculos, e ainda hoje existem famílias que se expressam de forma similar, ou seja, pelo abandono, maus tratos e pelo abuso, chegando aos extremos do assassinato de suas crianças (Malz et al., 2008).
A violência doméstica, dentro do lar ou no convívio familiar, é um tipo de violência em que o adulto transgride o poder disciplinador e coercitivo, ficando encoberta por muito tempo sem ser denunciada, e é o tipo mais frequente de maus tratos contra a criança ou adolescente. Muitos desses maus tratos, quando aparecem e os pais ou responsáveis são cobrados por parte de terceiros sobre o ocorrido, informam ter sido um “acidente” doméstico, para não se responsabilizarem pela agressão. A violência psicológica também aparece muito neste contexto familiar. A violência contra a criança não é característica só das classes mais pobres, envolve todas as classes e qualquer etnia, passando por várias gerações, sendo uma repetição transgeracional e na sua influência sobre a educação dos filhos. A experiência vivida de maus tratos pode levar a problemas como autoestima baixa, dificuldade de manter vínculos afetivos, isolamento, agressividade, falta de confiança, dor emocional e ressentimento, levando ainda no futuro o agredido virem a ser um possível agressor, inclusive com agressão a si próprio, tentando o suicídio (Weber et al., 2002). Diante destes problemas emocionais e físicos, sofridos pelas crianças e adolescentes, diversas áreas se mobilizaram para a promoção do cuidado e proteção destas, tanto no Brasil quanto no mundo. Nas últimas duas ou três décadas notou-se uma mobilização dos órgãos públicos e também dos profissionais da área da saúde, no sentido de se voltarem para a compreensão e abordagem do problema da violência doméstica contra a criança e