Violência física e moral
O que vemos é que enquanto os meninos são incentivados a valorizar a agressividade, a força física, a ação, a dominação e a satisfazer seus desejos, inclusive os sexuais, as meninas aprendem a valorizar a beleza, a delicadeza, a sedução, a submissão, a dependência, o sentimentalismo, a passividade e o cuidado com os outros.
Pode parecer absurdo pensarmos que ainda hoje existam mulheres completamente submissas a seus parceiros, mas essa é a mais pura realidade, e com certeza cada um de nós tem o conhecimento de ao menos um caso assim.
Todos conhecemos uma dona Maria que não trabalha porque o marido não deixa, uma dona Ana que não pode usar a roupa que deseja seja por causa de seu pai ou marido, uma dona Tereza que é constantemente humilhada pelo seu “senhor”, enfim, juntos conhecemos milhares de mulheres diariamente violentadas em nosso país.
Quando se fala em violência contra a mulher, não se fala apenas sobre aquele soco que a esposa levou aquela noite quando seu marido chegou embriagado em casa, ou aquele tapa porque a refeição não estava conforme seu homem queria. Qualquer prática de discriminação, agressão ou coerção, que cause na mulher dano qualquer que seja ele, morte, constrangimento, limitação, sofrimento físico, sexual, moral, psicológico, social, político ou econômico ou perda patrimonial são condutas de violência contra a mulher.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, cerca de 50% das mulheres assassinadas, foram vítimas de seu companheiro, atual ou ex. A Anistia Internacional divulgou ainda que uma em cada três mulheres já foi vítima de violência doméstica, obrigada a manter relações sexuais ou submetidas a qualquer outro ato de violência qualquer.