Violência, Estado e Sociologia no Brasil
A violência é um problema social que tem preocupado a sociedade Brasileira, pesquisas de opinião tem indicado que, com declínio das taxas de desemprego e a violência passou a ocupar um lugar de destaque, e isso reflete os altos patamares atingidos por alguns dos indicadores de violência, principalmente aos que se referem a homicídios. No Brasil é gasto cerca de1,4 % do seu PIB com a segurança pública e, ainda assim, os policiais são mal pagos, mantem-se estruturas duplicadas com padrões operacionais que permitem com que haja incidências de altas taxas de letalidade, entre outros exemplos da falência do modelo de Estado atual. Por essa realidade a preocupação com a violência também reflete a existência de um imaginário, alimentado pelas sensações de medo e insegurança experimentadas pela população. O texto propõem apresentar as formas que a violência vem sendo apropriada enquanto problema social pelo Estado; a discussão está dividida em três momentos.
17.1 – Violência e Estado enquanto objetos de estudo sociológico
O primeiro desafio que se coloca é a reflexão sobre a violência e a sua conceituação no campo sociológico. O conceito de violência não é originado no campo teórico: Maria Stella Grossi Porto diz que a violência é “um fenômeno empírico antes de um conceito teórico”. Como indica também Porto, o ponto de partida quanto o conceito teórico é a divisão do fenômeno em diferentes tipos: a violência física e a violência simbólica. Essa tipologia considera que a violência não se manifesta apenas em danos físicos causados a alguém, mas também na dimensão simbólica, por meio de constrangimentos e danos morais (PORTO 2010 e CARDOSO DE OLIVEIRA 2008). São diversas as formas assumidas pela violência: a violência como forma de dominação, de sobrevivência, de afirmação, de ordem institucional - legal de contestação da mesma ordem-, de manifestação de não cidadania, de violência criminal; manifestação de