Violencia
O estupro e morte de uma estudante de 23 anos em Nova Déli, capital da Índia, gerou uma serie de protestos, chamou a atenção da imprensa internacional e reabriu o debate sobre a violência contra a mulher.
A universitária Jyoti Singh Pandey foi atacada em 16 de dezembro quando voltava para casa depois de ir ao cinema, acompanhada de um amigo. O casal pegou carona em um ônibus clandestino, por volta das 21h30.
Direto ao ponto: Ficha-resumo
Dentro do veículo, ela foi estuprada por seis homens, incluindo o motorista, durante uma hora. O ataque foi tão brutal que ela perdeu quase todo o intestino, após ter o útero perfurado por uma barra de ferro. As vítimas foram agredidas e atiradas do veículo em movimento, seminuas e agonizando.
A estudante de fisioterapia foi levada em estado grave para um hospital em Cingapura e morreu 13 dias depois, de falência múltipla dos órgãos.
Os seis homens foram presos no dia seguinte ao ataque e processados por estupro, sequestro e assassinato. Eles podem ser condenados à pena de morte pelo crime de homicídio. Um deles tem 17 anos de idade e será julgado por uma corte especial para adolescentes.
Milhares de pessoas protestaram na capital e outras cidades do país. O caso foi condenado pela ONU, que pediu ao governo indiano providências para oferecer mais segurança às mulheres. O órgão classifica o estupro na Índia como um “problema nacional”.
A Índia é o segundo país mais populoso do mundo, com mais de 1,2 bilhão de habitantes, e a décima maior economia. Apesar de ser uma economia emergente, como o Brasil, apresenta altos índices de pobreza, analfabetismo, corrupção e doenças.
Os protestos contra o estupro expuseram, para o mundo, outro problema crônico no país asiático: a violência contra a mulher. Os crimes dessa natureza são vistos como resultado de uma cultura patriarcal, machista e conservadora.
Mulheres e meninas ainda são vendidas, se casam com apenas 10 anos de idade, são queimadas vivas em disputas de dotes entre