violencia psicologica um estudo do fenomeno na relacao professor aluno
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA: UM ESTUDO DO
FENÔMENO NA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO
Sonia Maria Ferreira Koehler
Koehler@guaranet.com.br
1. INTRODUÇÃO
1.1. Práticas pedagógicas enquanto fonte de violência
O discurso atual dos educadores valoriza, cada vez mais, o exercício contínuo da reflexão do professor sobre as conseqüências de suas ações na prática escolar, contudo, percebe-se que o professor ainda não consegue identificar na cultura escolar algumas fontes de violência, inclusive aquelas geradas pela sua própria prática enquanto professor.
Portanto, a intenção básica deste estudo é revelar que, na dinâmica das relações interpessoais do professor-aluno, dentro da instituição escolar, ocorre uma forma de violência que não deixa marcas explícitas, identificáveis, – a violência que se revela através das palavras, dos gestos e que pode ser denominada Violência Psicológica.
A partir de uma abordagem emergente, defendida mais especificamente por Azevedo e
Guerra (2001) de que: a)“infância e juventude devem ser entendidas como construção social”;
b)“infância e a juventude não devem ser compreendidas como fenômenos universais e únicos, mas sim em relação à classe, gênero1, etnia etc.”; c)“o relacionamento da infância e juventude com a sociedade deve ser estudado à luz da própria perspectiva da infância e juventude e não a partir da visão dos adultos”; d)“as crianças e os jovens devem ser vistos como sujeitos da construção e da determinação de suas próprias vidas”, assim, este trabalho diferencia-se pelo levantamento de dados que demonstram, a prevalência2 deste tipo de violência dentro da escola. Um tipo de violência que não é fácil constatar, pois é invisível, muitas vezes silenciosa, verbal ou simbólica na expressão corporal/gestual do professor; e que, geralmente ocorre no interior da sala de aula.
Na interação entre as pessoas, dizemos que há influência quando, uma delas, por aquilo que diz ou faz, afeta a