Violencia no trabalho
Tradicionalmente consideravam-se agravos relacionados ao trabalho aqueles que pudessem ser relacionados a agentes químicos, físicos, biológicos ou ainda à organização e intensidade do trabalho. A partir da década de 80, contudo, a violência no trabalho passou a receber maior atenção enquanto risco para a saúde dos trabalhadores.
O trabalho, na sua acepção original, está intimamente relacionado ao sofrimento, à tortura. Etimologicamente, o termo vem do latim tripallium, que representa um instrumento de tortura. No entanto, sabemos que foi com o trabalho que o ser humano conseguiu dar um salto qualitativo em relação aos outros animais, já que assumiu o planejamento racional das atividades para a realização dos fins desejados. Avançamos também porque a produção não se resumiu à satisfação das necessidades básicas para a sobrevivência. O ser humano foi em busca do bem-estar e da criação de condições culturais favoráveis.
É consenso que o trabalho é fonte de sentido da vida, institui rotinas, dignifica o sujeito, garante direitos de cidadania, provê status, satisfação, realização e saúde. É "nele que se afirmam as competências e é por meio dele que se realizam os projetos de vida ou a concretização dos sonhos" (Hirigoyen, 2005).
O trabalho tem um papel central na estruturação da identidade, e ser apreciado, estimado ou amado ajuda a garantir uma boa imagem de si mesmo. Inversamente, ser rejeitado, criticado ou humilhado desperta um sentimento de insegurança.
O fenômeno da violência no trabalho deve ser percebido como uma consequência da interação entre o contexto de trabalho e as ações dos sujeitos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, considera-se Violência no trabalho situações em que o trabalhador é agredido físico, psicológica ou moralmente em circunstâncias relacionadas ao trabalho, implicando em risco para a sua segurança, bem-estar ou saúde.
A OMS reconhece que a violência no trabalho afeta milhões de trabalhadores no mundo todo,