Violencia entre torcidas de futebol
VIOLÊNCIA ENTRE TORCIDAS
ORGANIZADAS DE FUTEBOL
como do método determinista e/ou não-determinista. Contudo, em que pese a intranqüilidade exposta,caminhar é preciso e ir a fundo na questão significa atentar para as particularidades de cada violência e de como cada grupo faz uso dela ou nela está inserido. Não é tarefa (e nem abordagem) fácil!
Pois bem, é na tentativa de compreender nosso tempo social e na perspectiva de romper com visões reduzidas que são tomados como referência de observação os discursos de “autoridades” (desportivas, públicas, etc.) e de torcedores filiados para refutar atitudes e estratégias explicativas de violência, com ênfase no fortalecimento dos mecanismos de “segurança”, direcionando ações do poder público ao “disciplinamento” e à “manutenção da ordem social vigente”.
A violência vem ganhando parte significativa na agenda social, em especial nos veículos de comunicação de massa, parecendo assumir o epicentro das preocupações do poder público e do homem contemporâneo. No entanto, merece ser observada por outros ângulos cada vez menos policialescos ou midiáticos, para evitar que seja utilizada, apenas, como cenário de “espetáculo” e “banalização” humana. A partir da visão dos “torcedores” (muitas vezes denominados vândalos2 em trabalhos científicos) e das “autoridades” envolvidas com o evento esportivo, busca-se relacionar a violência produzida entre as “torcidas orga-
CARLOS ALBERTO MÁXIMO PIMENTA
Professor de Sociologia na Universidade de Taubaté. Autor do livro Torcidas Organizadas de Futebol: violência e auto-afirmação, aspectos da construção das novas relações sociais. presente artigo tem a pretensão de explicitar que as práticas de violência produzidas pelas torcidas organizadas inflexionam-se e (re)dimensionam-se na base dos “jogos de relações” travados no cotidiano da sociedade brasileira contemporânea.
A reflexão proposta segue caráter essencialmente prospectivo e indagatório, cuja análise