vila nova artigas
Em 1952, Vilanova Artigas publica o polêmico “Caminhos da arquitetura moderna”, em que contesta de forma dura e agressiva, os dois maiores expoentes da arquitetura moderna: F. L. Wright e Le Corbusier. O autor afirma que o seu objetivo é demonstrar que a obra dos arquitetos exprime ideologicamente o pensamento da classe dominante.
Um ano antes, Artigas já havia deferido ataques a Le Corbusier, criticando a sua pretensa posição de intelectual livre a apolítico, que inventou o “modular”, acreditando que pudesse superar os dois sistemas de medidas existentes, e assim, unificar e incrementar a produção.
Vilanova Artigas ingressa no Partido Comunista em 1945, onde começa a desenvolver uma intensa atividade política, paralelamente às atividades de escritório. A partir de 1949, integra o conselho de redação da revista Fundamentos, periódico dominado por intelectuais ligados ao PC. O alvo da crítica do arquiteto é a crença moderna de que a arquitetura pode oferecer soluções para o antagonismo de classes, sem comprometer-se com a realidade embaraçosa das paixões políticas.
O ataque aos dois maiores protagonistas da arquitetura moderna mundial, mesmo considerando a alta temperatura do ambiente político da época, requeria um dose significativa de ousadia e coragem, e pode ser encarado como uma espécie de ajuste de contas, à luz dos debates suscitados pela convivência no Partido Comunista, que recolocam a questão da função social do arquiteto. Tal empenho reflexivo, agora devidamente relativizado pela descrição das circunstâncias históricas envolvidas, é o que em larga medida o salva do mero discurso sectário, intempestivamente deflagrado no calor das discussões.
Arquitetura como forma crítica da realidade parece ser o fundamento do projeto de Artigas. O materialismo histórico é a base teórica para operar essa leitura crítica do mundo, questionar as premissas ideológicas do movimento moderno, desconfiar da crença otimista na construção do