VIGIAR E PUNIR
O “brasil” com o b minúsculo é apenas um objeto sem vida, autoconsciência ou pulsação interior, pedaço de coisa que morre e não tem a menor condição de se reproduzir como sistema; Mas o Brasil com B maiúsculo é algo muito mais complexo. É país, cultura, local geográfico, fronteira e território reconhecidos internacionalmente, e também casa, pedaço de chão calçado com o calor de nossos corpos, lar, memória e consciência de um lugar com o qual se tem uma ligação especial, única, totalmente sagrada.
Onde quer que haja um brasileiro adulto, existe com ele o Brasil
Não se trata mais da visão exclusivamente oficial e bem-comportada dos manuais de história social que se vendem em todas as livrarias, e os professores discutem nas escolas. Mas de uma leitura do Brasil que deseja ser maiúsculo por inteiro: o BRASIL do povo e das suas coisas. Não queremos ver um Brasil pequeno e outro grande, já feito.
Queremos, isto sim, descobrir como é que eles se ligam entre si; como é que cada um depende do outro, e como os dois formam uma realidade única que existe concretamente naquilo que chamamos de “pátria”. Até pág. 13
Trata-se, sempre, da questão da identidade. De saber quem somos e como somos; de saber por que somos. P. 13 Aqui, o que faz o brasil, Brasil não é mais a vergonha do regime ou a inflação galopante e “sem vergonha”, mas a comida deliciosa, a música envolvente, a saudade que humaniza o tempo e a morte, e os amigos que permitem resistir a tudo... p. 16
Será preciso, portanto, discutir o Brasil como uma moeda. Como algo que tem dois lados. p. 17
Cap. 2
O autor fala da rotina do brasileiro. Da movimentação que se constrói no dia-a-dia, baseado no trabalho e no movimento. Ele faz uma analogia de como somos em casa e como somos na rua.
Damatta diz que, quando falamos da casa ” estamos nos referindo a um espaço profundamente totalizado numa forte moral.
Uma dimensão da vida social permeada de valores e de realidades