Videiras de Cristal

INTRODUÇÃO

Diante do estudo e da leitura a respeito da obra realista de Assis Brasil, analisa-se o cotidiano germânico instalado no sul do Brasil durante o século XIX. O Segundo reinado e o processo de industrialização fazem parte do contexto histórico marcado significativamente na obra. Entretanto, o fato mais marcante trata-se da posição feminina diante das revoltas contra os Murckers, defensores da fé e perseguidos pelas autoridades.

1 LEITURA HORIZONTAL

1.1 RESUMO DA HISTÓRIA

Na época do Brasil Imperial, a imigração europeia no país ocorria de maneira muito intensa. Cada barco trazia mais um grupo de imigrantes que carregavam consigo um futuro traçado de maneira incerta.
Ao chegar ao país, os imigrantes lidavam com o desconhecimento da língua nacional brasileira e, muito mais que isso, sofriam pelas péssimas condições de vida nas quais foram submetidos devido as promessas de um emprego e de um futuro melhor. Alguns desses imigrantes achavam trabalho no comércio enquanto que a maioria encontrava sustento no campo.
Durante o reinado de Dom Pedro II, os imigrantes se viram desacreditados pelas promessas que foram feitas pelo imperador. A falta de itens básicos, como saúde e alimentação, um sentimento de revolta começa a surgir em seus interiores. Desiludidos com esta situação, os muckers (como eram chamados os hipócritas e “santos fingidos” em alemão) encontraram conforto em Jacobina Maurer, uma mulher espiritual que fazia promessas de um paraíso celeste.
O fato de Jacobina sofrer de ataques nervosos fez com que os muckers confundissem isso com poderes religiosos que davam a capacidade à mulher de transmitir a voz de Cristo. Com isso, cada auxiliar de Jacobina recebeu o nome de um dos apóstolos de Jesus Cristo, conforme suas características pessoais. Estes fatores contribuíram de maneira que os imigrantes alemães que faziam parte deste ideal messiânico ultrapassassem os limites entre catolicismo e protestantismo.
Jacobina se divorcia de seu