vidas secas
Ramos
Existence and language in “Barren Lives” a philosophical hermeneutics of the work of Graciliano Ramos
Avelino Ferreira*
O presente trabalho é um discurso sobre o nãodito em Vidas Secas, romance de Graciliano
Ramos de 1938, hoje na 93ª edição. A pretensão é uma hermenêutica da obra. Como base para fundamentar o olhar hermenêutico, nosso dizer tem como pilares as falas dos filósofos Gadamer, Merleau-Ponty, Heidegger e Nietzsche e comentadores como Santiago
Kovadloff, Ernildo Stein, Danilo Marcondes, entre outros. Deixamos claro que a intenção é apelar à razão para falar da des-razão, do vazio, de um silêncio primordial, da condição humana, tendo como pano de fundo a secura das vidas secas do escritor alagoano.
The present study is about the not-said in “Barren
Lives”, a novel by Graciliano Ramos (1938), now in its 93rd edition. The aim is a hermeneutic study of the work fundamented and enlightened by the concepts of philosophers such as Gadamer,
Merleau-Ponty, Heidegger and Nietzche; and commentators as Santiago Kovadloff, Ernildo
Stein, Danilo Marcondes, among others. Our intention is to appeal to reasoning to analyze the lack of reason, the reasoning emptiness, a primary critical silence due to the human condition having as background the bareness found in the novel by this remarkable writer from Alagoas.
Palavras-chave: Linguagem. Sentido. Vidas
Secas. Condição humana. Filosofia.
Key words: Language. Sens. Barren Lives.
Human Condition. Philosophy.
Introdução
Ao filósofo cabe fazer a fusão do horizonte de mundo da obra com o horizonte de mundo do leitor. A filosofia tenta resolver a tensão entre o horizonte do texto e o horizonte do leitor. A compreensão de um texto tende a integrar o leitor no que diz o texto.
Hanz Georg Gadamer (2002b, p. 405)
Sabemos que uma obra de arte tornada pública não é mais de seu autor. Ela tem vida própria, o que permite um diálogo